“Podemos fazer isso nós mesmos?”: monitoramento indígena, controvérsias sociotécnicas e ambivalências de poder em territórios afetados pela exploração petrolífera, Peru

Autores

DOI:

https://doi.org/10.52980/5bbp9752

Palavras-chave:

monitoramento, poluição, ciência regulatória, território, povos indígenas, ambivalência, política do conhecimento

Resumo

O estudo é uma reflexão etnográfica sobre as controvérsias sociotécnicas e as ambivalências de poder em torno da contaminação gerada pelos impactos petrolíferos nos lotes 192 (ex 1AB) e 8, na Amazônia norte-peruana, sobrepostos a territórios indígenas. Através da sua ciência regulatória, o Estado mantém o controlo sobre a produção e o sentido da informação relacionada com a contaminação e os seus possíveis efeitos, o que, por sua vez, reforça uma governança racista e excludente que favorece as empresas extrativas. Perante isso, os povos indígenas atualizaram práticas tradicionais de vigilância territorial, através do uso de novas tecnologias da informação para documentar, denunciar e visibilizar os impactos petrolíferos. Nesse contexto, perguntamo-nos: a ciência regulatória é exclusivamente um mecanismo hegemónico de dominação? As tecnologias da informação utilizadas pelos povos subvertem as relações de poder em contextos de contaminação? Como é que nós, investigadores, fazemos parte de diversas reproduções de poder? Através destas reflexões, problematizamos tanto a ciência regulatória, a práxis técnica da monitorização indígena e a produção da ciência social. Observamos ambivalências inesperadas onde se manifestam nós de poder, resistências e assimetrias.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Nina Swen, Erasmus University Rotterdam

    Licenciada em Sociologia e Antropologia pela Amsterdam University College, com mestrado em Estudos Migratórios pela Universidade de Oxford (Reino Unido) e mestrado avançado em Desenvolvimento Internacional pela Universidade Radboud (Países Baixos). Atualmente, cursa doutorado no Instituto Internacional de Estudos Sociais da Universidade Erasmus de Roterdã.

  • Diego Pérez Ojeda del Arco, National University of San Marcos

    Mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal do Pará e licenciado em Antropologia pela Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, Brasil. Atualmente, é professor assistente de Antropologia na Universidade Nacional Mayor de San Marcos e cursa doutorado na Universidade de Bonn, Alemanha.

  • Mario Zúñiga Lossio, National University of San Marcos

    Bacharel em Antropologia pela Universidade Nacional Maior de San Marcos.

Referências

Auyero, J., y Swistun, D. (2008). The Social Production of Toxic Uncertainty. American Sociological Review, 73(3), 357–379. https://doi.org/10.1177/000312240807300301

Bäckstrand (2004). Scientisation vs. civic expertise in environmental governance: Eco-feminist, eco-modern and post-modern responses. Environmental Politics, 13(4), 695–714. https://doi.org/10.1080/0964401042000274322

Barclay, F. (23 de noviembre de 2011). ¿Qué ha significado el petróleo en la configuración de Loreto como una región? SPDA, Actualidad ambiental. https://www.actualidadambiental.pe/revise-las-ponencias-del-foro-40-anos-de-explotacion-petrolera-en-loreto-lecciones-aprendidas/

Baya-Laffite, N. (2016). Black-boxing Sustainable Development: Environmental Impact Assessment on the River Uruguay. En: Voß, JP., Freeman, R. (eds) Knowing Governance. Palgrave Studies in Science, Knowledge and Policy. Palgrave Macmillan https://doi.org/10.1057/9781137514509_11

Belaunde, L. E. (2018). Impactos de la explotación de hidrocarburos sobre las mujeres de los pueblos indígenas de la Amazonia peruana. En: Chirif, A. (ed.) Deforestación en tiempos de cambio climático. pp.179-217. IWGIA.

Bond, D. (2022). Negative Ecologies: Fossil Fuels and the Discovery of the Environment. University of California Press.

Broitman, C. y Kreimer, P. (2018). Knowledge Production, Mobilization and Standardization in Chile’s HidroAysén Case. Minerva, 56(2), 209-229. https://doi.org/10.1007/s11024-017-9335-z

Collins, H. (2013). Three Dimensions of Expertise. Phenomenology and the Cognitive Sciences, 12, 253-273.

Cornejo, I. y Rufer, M. (2020). Horizontalidad: hacia una crítica de la metodología. CLACSO.

Delgado, F. y Rist, S. (2016). Ciencias, diálogo de saberes y transdisciplinariedad. Aportes teórico metodológicos para la sustentabilidad alimentaria y el desarrollo. Universidad Mayor de San Simón.

Dourojeanni, M., Ramirez, L. y Rada, O. (2012). Indígena, campesinos y grandes empresas, Experiencia de los Programas de Monitoreo Socio-Ambiental Comunitarios. Editorial Pro-Naturaleza.

Dupuits, E. (2019). Water community networks and the appropriation of neoliberal practices: Social technology, depoliticization, and resistance. Ecology and Society 24(2): 20.

Godfrid, J., Ulloa, A., Damonte, D., Quiroga, C. y López, A. P. (2020). Minería y conflictos en torno al control ambiental: la experiencia de monitoreos hídricos en la Argentina, el Perú y Colombia. GRADE.

Grosfoguel, R. (2016). Del «extractivismo económico» al «extractivismo epistémico» y al «extractivismo ontológico»: una forma destructiva de conocer, ser y estar en el mundo. Tabula Rasa, 24, 123-143.

Hurtado, J. (14 de mayo de 2023). Nuevas áreas promocionadas por Perupetro se superponen a 435 comunidades y dos reservas indígenas. Ojo Público. https://ojo-publico.com/4416/nuevas-areas-que-promociona-perupetro-se-superponen-435-comunidades

Ingold, T. y Kurttila, T. (2000). Perceiving the environment in Finnish Lapland. Body and Society, 6(3-4), 183-196.

Jacobsson, L. 2016. Is there a need for a special ethics of Indigenous research?. En: Drugge, A. (ed.). Ethics in Indigenous Research. Past Experiences, Future Challenges. Vaartoe – Centre for Sami Research.

Jasanoff, S. (1995) Procedural choices in regulatory science, Technology in Society, 17(3), 279-293. https://doi.org/10.1016/0160-791X(95)00011-F

Jasanoff, S. (2004) Ordering Knowledge, Ordering Society. En: Jasanoff, S. (Ed.), States of Knowledge: The Co-Production of Science and the Social Order. pp.13-24. Routledge.

Klein, N. (2012, 5 de Marzo). Dancing the World into Being: A Conversation with Idle-No-More’s Leanne Simpson. Yes Magazine.https://www.yesmagazine.org/social-justice/2013/03/06/dancing-the-world-into-being-a-conversation-with-idle-no-more-leanne-simpson

La Torre, L. (1998). ¡Sólo Queremos Vivir en Paz! Experiencias petroleras en territorios indígenas de la Amazonía Peruana. Copenhagen: Grupo Internacional de Trabajo Sobre Asuntos Indígenas; Grupo de Trabajo Racímos de Ungurahui.

Latour, B. (1992) Ciencia en Acción. Cómo seguir a los científicos e ingenieros a través de la sociedad. Labor.

León, A. y Zúñiga, M. (2020). La sombra del petróleo. Informe de los derrames petroleros en la Amazonía peruana entre el 2000 y el 2019. Oxfam, CNDDHH- Coordinadora Nacional de Derechos Humanos en Perú.

León, A., Zúñiga, M., y Diaz, D. (2024) Las Sombras de los Hidrocarburos. Informe III sobre emergencia ambientales, pasivos, procesos de remediación entre los años 1997 - 2023 en el Perú y reflexiones sobre alternativas energéticas. Oxfam, CNDDHH- Coordinadora Nacional de Derechos Humanos en Perú.

Muñoz, S. (2021). Un diálogo entre la red de Bruno Latour y la malla de Tim Ingold cruzado por la experiencia. Cinta de moebio, (70), 68-80.

Parker, C. y Pérez Valdivia, J. (2019). Asimetría en el conocimiento sociotécnico: Marco teórico para estudiar conflictos medioambientales. Revista de Sociología, 34(1).

Pellegrini, P. (2019) La verdad Fragmentada: conflictos y certezas en el conocimiento. Argonauta.

Rivera Cusicanqui, S. (1987). El potencial epistemológico y teórico de la historia oral: de la lógica instrumental a la descolonización de la historia. Temas Sociales, 11. IDIS/UMSA, 49-64.

Rivera Cusicanqui, S. (2010). Ch’ixinakak utxiwa: una reflexión sobre prácticas y discursos descolonizadores. Tinta Limón Ediciones.

Romo, V. (5 de noviembre de 2019). Perú: los vigilantes de los ríos manchados de petróleo. Mongabay. https://es.mongabay.com/2019/11/peru-derrames-petroleo-pueblos-indigenas-tecnologia/

Stoll, A. (2011). Impactos Petroleros en Territorios indígenas: Experiencias del Programa de Vigilancia Territorial del río Corrientes. https://amazonwatch.org/assets/files/201206-feconaco-informe.pdf

Sundberg, J (2013). Decolonizing Posthumanist Geographies. Cultural Geographies, 21(1).

Trentini, F., Guiñazú, S. y Carenzo, S. (2022). Más allá y más acá del diálogo de saberes: Perspectivas situadas sobre políticas públicas y gestión participativa del conocimiento. Instituto de Investigaciones en Diversidad Cultural y Procesos de Cambio-IIDyPCa.

Ulloa, J., Godfrid, J., Damonte, G., Quiroga, C. y López, A.P. (2021). Monitoreos hídricos comunitarios: conocimientos locales como defensa territorial y ambiental en Argentina, Perú y Colombia. Íconos - Revista de Ciencias Sociales, 69(XXV), 77-97.

Publicado

2025-07-31

Edição

Seção

TEMA

Como Citar

“Podemos fazer isso nós mesmos?”: monitoramento indígena, controvérsias sociotécnicas e ambivalências de poder em territórios afetados pela exploração petrolífera, Peru. (2025). Amazônia Peruana, 38, 15-42. https://doi.org/10.52980/5bbp9752