Rebelando-se contra a invisibilidade. A questão identitária dos povos indígenas peruanos como fenômeno político

Autores

  • Jacopo Tosi Pesquisador independente

DOI:

https://doi.org/10.52980/jrj27v57

Palavras-chave:

colonialidade do poder, identidade indígena, desindigenização, autodeterminação, plurinacionalidade

Resumo

O artigo analisa a questão identitária dos povos indígenas peruanos como um fenómeno político ligado à colonialidade do poder. A partir do quadro teórico de Aníbal Quijano, examina-se como a construção das identidades indígenas foi historicamente moldada por processos de racialização, assimilação e exclusão dentro do Estado-nação peruano. A desindigenização, promovida por meio de estratégias de branqueamento e europeização cultural, coexistiu com formas de discriminação estrutural que limitaram a participação política e social dos povos originários. O texto destaca o surgimento de movimentos indígenas em resposta à crise do Estado oligárquico e o impacto das reformas agrárias e da urbanização na transformação das identidades coletivas. A globalização e a neoliberalização reconfiguraram a luta pelo reconhecimento, impulsionando demandas de autonomia e autodeterminação sob marcos internacionais como a Convenção 169 da OIT. No entanto, a inclusão de termos como plurinacionalidade e multiculturalismo nas constituições latino-americanas não significou mudanças estruturais profundas. A identidade indígena continua a ser um espaço de disputa política, onde as comunidades buscam autonomia frente a Estados que continuam a reproduzir esquemas coloniais de poder.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Jacopo Tosi, Pesquisador independente

    Licenciado em Antropologia pela Universidade de Bolonha, com mestrado em Antropologia Cultural e Etnologia pela mesma instituição. Trabalhou durante dois anos no Instituto de Defesa Legal (IDL) como pesquisador social e, como tal, contribuiu para a criação do Observatório para Defensores Indígenas dos Direitos Humanos e para o apoio institucional e organizacional das guardas indígenas amazônicas, trabalho que deu origem ao livro Las guardias indígenas amazónicas. Experimentos de autoprotección en el camino hacia la autonomía de los pueblos originarios en la Amazonía peruana (2023), publicado pelo IDL. Tem experiência como professor adjunto na Pontifícia Universidade Católica do Peru (PUCP) e estágio no Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Atualmente, é Observador Internacional de Direitos Humanos na Brigadas Internacionais de Paz (PBI).

Referências

Bengoa, J. (2000). La emergencia indígena en América Latina. Fondo de Cultura Económica.

Churata, M. (2016). Identidades amazónicas e interculturalidad crítica. Revista ISE, (4), 69-82.

Colajanni, A. (2018). Multiculturalismo y plurinacionalidad en América Latina: Desafíos y perspectivas. Ediciones Universitarias.

Del Águila, Alicia. (2011). Voto indígena y ciudadanía corporativa en el Perú, siglo XIX. Elecciones, 10(11), 91-117. https://doi.org/10.53557/Elecciones.2011.v10n11.04

Óscar Espinosa. (2010). Cambios y continuidades en la percepción y demandas indígenas sobre el territorio en la Amazonía peruana. Anthropologica, 28(28), 161–190.

Ferreira, R. (2014). Cuerpos colonizados: mujer andina y modernidad. Anthropológica, 32(32), 47–66.

Fraser, N. (2000). Rethinking Recognition. New Left Review, 3(3), 107–118. https://www.researchgate.net/publication/296363224_Rethinking_recognition

Galindo, A. y Burga, M. (1980). Apogeo y crisis de la República Aristocrática. DESCO.

García, M. (2021). El cuerpo-territorio en la resistencia de las mujeres awajún. FLACSO.

Ginex, M. (2022). Egemonia, un concetto di Gramsci da rileggere in chiave contemporanea. La Rivista Culturale.

Hall, S. (1996). Who Needs ‘Identity’? En S. Hall & P. du Gay (Eds.), Questions of Cultural Identity (pp. 1-17). SAGE.

Lugones, M. (2008). The coloniality of gender. En L. De Souza Lima, E. Otero Quezada & J. Roth (Eds.), Feminisms in movement: theories and practices from the Americas (pp. 35-58). Transcript Publishing.

Mannarelli, M. (2018). Sexualidades en disputa: género, poder y reconocimiento en el Perú republicano. Fondo Editorial de la PUCP.

Mejía, J. (2019). Sociedad, individualismo y modernidad en el Perú. Sociologías, 21(50), 260–285. https://doi.org/10.1590/15174522-02105014

Mignolo, W. (2007). La idea de América Latina: la herida colonial y la opción decolonial (1ra ed.). Gedisa.

Montoya, R. (1998). Todas las sangres: ideal para el futuro del Perú. Estudos Avançados, 12(34), 235–264. https://doi.org/10.1590/S0103-40141998000300023

Pajuelo, R. (2007). Comunidades indígenas y Estado: disputas por la representación en los Andes peruanos. Revista Andina, 44(2), 257–286.

Quijano, A. (2006). El movimiento indígena y las cuestiones pendientes en América Latina. Argumentos Estudios críticos de la sociedad, 50(2006), 51-77. https://argumentos.xoc.uam.mx/index.php/argumentos/article/view/500/499

Rivera Cusicanqui, S. (2010). Ch’ixinakax utxiwa: una reflexión sobre prácticas y discursos descolonizadores. Tinta Limón.

Segato, R. (2016). La guerra contra las mujeres. Traficantes de Sueños.

López, S. (2025). El Estado oligárquico en el Perú: un ensayo de interpretación. Revista Mexicana de Sociología, 40(3), 991-1007. https://doi.org/10.2307/3539674

Svampa, M. (2016). Debates latinoamericanos: Indianismo, desarrollo y buen vivir. Edhasa S.A.

Taylor, C. (1994). El multiculturalismo y la política del reconocimiento. FCE.

Vigoya, M. (2016). Blanqueamiento social, nación y moralidad en América Latina. En S. Messeder, M. Castro y L. Moutinho (Eds.), Enlaçando sexualidades: uma tessitura interdisciplinar no reino das sexualidades e das relações de gênero (pp. 17-39). EDUFBA.

Viteri Gualinga, C. (2012). Buen Vivir: una perspectiva desde los pueblos amazónicos. FLACSO.

Walsh, C. (2009). Interculturalidad, descolonización del Estado y del conocimiento (Nachdruck). Ediciones del Signo.

Publicado

2025-07-31

Edição

Seção

TEMA

Como Citar

Rebelando-se contra a invisibilidade. A questão identitária dos povos indígenas peruanos como fenômeno político. (2025). Amazônia Peruana, 38, 261-286. https://doi.org/10.52980/jrj27v57